A MEU VER juntou O Teatrão e a ACAPO Coimbra neste projeto que, a partir da criação de um núcleo de trabalho dedicado à prática teatral, procura interferir nas diferentes dimensões das vidas dos seus utentes, tirando partido da complexa e multifacetada relação que a prática cultural pode ter com as transformações do ser humano. Questões associadas à independência e subsistência, à liberdade e aos direitos, identidade e participação cívica foram o subsolo da conceção deste projeto, tapetado pela prática lúdica do teatro, adaptado à condição de quem absorve o mundo com outras “visões”.
Ao aliar o Projeto Pedagógico do Teatrão aos profissionais da ACAPO Coimbra, criou-se uma oficina regular de teatro – SALA DE ENSAIOS, que se desenvolve com uma equipa artística profissional e multidisciplinar, de onde resultou a primeira criação A MEU VER – O que é invisível – com estreia e temporada na Oficina Municipal do Teatro.
A par das parcerias nacionais e internacionais, da criação de conhecimento científico, da dimensão de trabalho com as redes sociais e familiares dos participantes e da formação e intervenção ao nível da acessibilidade cultural na cidade, este é um projeto que pretende assumir um espaço na programação da OMT e da cidade, que pretende que os públicos se relacionem com o projeto durante estes três anos e se comprometam com ele e com o respeito e convívio com todas as diferenças.
A MEU VER trouxe ao Teatrão muita necessidade de aprendizagem artística e técnica. Ampliou o nosso círculo de atenção para zonas desconhecidas, nunca antes exploradas, trouxe novos parceiros e acima de tudo injetou-nos a energia poderosa da possibilidade de mudança.Isabel Craveiro: Coordenação Geral
É com enorme satisfação que a ACAPO, através da sua Delegação em Coimbra, abraça
o espetáculo O Que é Invisível: uma mensagem de alerta sobre a questão das acessibilidades na nossa sociedade, algo que nos preocupa diariamente.
Considerando a nossa missão – Representação e defesa dos direitos das pessoas com
deficiência visual, a sua reabilitação e inclusão social – esta peça será uma excelente
oportunidade para compreender os desafios atuais e acreditar que ainda há tempo
e ousadia para sonhar.
Dora Afonso: Diretora Técnica ACAPO-Coimbra
O que é invisível – aos olhos revela-se na prática artística
Em Portugal, tal como noutras sociedades, as pessoas com deficiência têm estado
arredadas da participação cultural e do acesso à cultura, quer como público, quer como agentes culturais. Nas últimas décadas, resultado de uma miríade de contextos como a emergência de organizações de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e a afirmação dos direitos humanos das pessoas com deficiência, temos vindo a assistir ao reconhecimento das suas narrativas e a uma maior consideração das suas necessidades, vontades e ambições. Este não é, no entanto, um percurso, nem linear, nem generalizado, continuando a persistir uma heterogeneidade de realidades, de acordo com as dinâmicas culturais locais e com a sensibilidade e visão dos agentes culturais. O artigo 30o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) é, no entanto, muito claro face ao direito das pessoas com deficiência em acederem e participarem, em pé de igualdade com as pessoas sem deficiência, à e na vida cultural das suas comunidades. A Convenção é também perentória na responsabilização dos Estados pela criação de oportunidades e condições para que essa participação seja possível e para que as pessoas com deficiência possam “[…] desenvolver e utilizar o seu potencial criativo, artístico e intelectual, não só para benefício próprio, como também para o enriquecimento da sociedade.” (no 2 do arto 30o da CDPD).
O projeto ‘A meu ver’, coordenado pelo Teatrão, constitui, precisamente, um desses exercícios. Através dele é aberto um espaço para que as pessoas com deficiência
visual, em colaboração com a ACAPO-Coimbra, possam participar diretamente num projeto de prática e criação artísticas no campo teatral. O espetáculo que está prestes a estrear – O que é invisível – constitui o culminar do primeiro ano de trabalho deste grupo. Este espetáculo vem dar voz, corpo e expressão, às suas experiências,às suas ansiedades, mas também às suas ambições, sonhos, exigências de justiça e de igualdade na sociedade portuguesa do início dos anos 2020. O espetáculo que agora é apresentado, procura, desta forma, criar um espaço de reflexão crítica através da expressão e criação artísticas, potenciando o desenvolvimento de uma cultura inclusiva e, obrigatoriamente, diversa. O espaço ora criado obriga-nos, também, a repensar o nosso lugar enquanto agentes sociais nos nossos espaços quotidianos, potenciando-os em zonas mais atentas aos outros e trabalhando a sua capacidade de adaptação, diálogo e entendimento, numa sociedade cada vez mais exigente e em constante transformação.
Fernando Fontes, Cláudia Pato de Carvalho
(Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra)
O QUE É INVISÍVEL
Criação1
SINOPSE
Ao longo do último ano, os espaços da OMT foram tomados pelo grupo do projeto “A
Meu Ver”. Fizeram deles lugar de chegada e de partida, abrindo espaço para a reconciliação com o sonho e para a recuperação de uma capacidade talvez esquecida, a de imaginar. Com o que a vida dá e o que o teatro acrescenta, construíram-se narrativas que serão partilhadas numa visita/percurso, sem nunca assumir um compromisso formal com a realidade, mas assumindo-se como um ato de libertação e sobrevivência, que como um fôlego, acontece no momento invisível entre o inspirar da imaginação e o expirar da realidade.
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Se perguntarem a um artista qual a razão de ter escolhido a sua arte, o mais provável será nunca mais se lembrarem da sua resposta. Todas as respostas, mesmo as mais desconcertantes, não se comparam com a memorável honestidade dos instantes anteriores em que este pensa e, de repente, se sente como uma criança perdida no fluxo de uma multidão. Ainda que esta pergunta seja muitas das vezes feita inocentemente, é de uma magnitude que tal que, numa só, abarca duas perguntas. A mais obvia – de onde vieste? – e a mais assustadora – para onde vais? Assustadora porque é difícil ceder à sinceridade de não sabermos para onde vamos quando a pergunta nos apanha em movimento.
O artista, perante o incómodo silêncio da espera pela sua resposta, sentindo-se completamente perdido, toma de emprestado as vozes de poetas que pavimentaram
o seu caminho para responder à razão de terem escolhido a sua arte. Perdendo assim a consonância da sua resposta com aquilo que está escondido no seu silencio.
E se fosse possível revelar o que até então estava invisível? Se o silêncio se traduzisse
por poucas e sinceras palavras?
Uma vez que estávamos num teatro, perguntámos aos intérpretes deste projeto qual a razão de terem escolhido estar aqui, ao que nos foi respondido quase em uníssono:
Porque queremos sair de casa.
A resposta, para alguém que segue um caminho ladrilhado por poetas e se assusta com a própria pergunta que coloca, foi heroicamente desarmante. Não só nos disseram de onde vinham e que não lhes interessava saber para onde iam, como nos deram a ver o imenso prazer que é caminhar sem saber para onde se vai.
Sentimos que a resposta devolveu, a nós e ao espaço que nos rodeava, o prazer de caminhar sem ter (ou saber) o destino. Se até então a Oficina Municipal do Teatro era para nós um espaço familiar, havia de deixar de o ser, haveríamos todos de a ver em conjunto como da primeira vez.
Esta motivação foi, para nós, mais que suficiente.
Entrámos na Oficina Municipal do Teatro como pela primeira vez e, por caminhos onde nos encontrámos, desencontrámos e chocámos, fomos desvendando o que até então não tinha sido visto.
Descobrimos que saímos de casa sem rumo para aqui encontrar um bocado de cada ponto de partida. Por isso, enchemos este espaço de divisões onde a ficção e a vida
de quem a conta se mistura, numa dança entre o cá e o lá, entre o visível e invisível.
Durante 3 dias partilhamos assim o prazer que para todos nós foi sair de casa sem nunca deixarmos o teto que nos cobre.
Claro, que quando percorremos um novo caminho poderemos ser confrontados coma grande e assustadora pergunta “para onde vamos?” mas, e se simplesmente
quisermos sair de casa?
Mariana Nunes e Telmo Ferreira
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
TÍTULO: O que é invisível
TEXTO: do coletivo
DIREÇÃO: Mariana Nunes e Telmo Ferreira
INTERPRETAÇÃO: António Pereira, Armando Sousa, Carla Rodrigues, Carlos
Pimentel, Cati Ramos, Eunice Santos, Guida Álvaro, João Cerveira, Maria de Lurdes
Acúrcio, Maria Manuela Durão, Mário André Cardoso
DESENHO DE LUZ: Jonathan de Azevedo
BANDA SONORA: Nuno Pompeu
FIGURINOS: Filipa Malva
APOIO VOCAL: Cristina Faria
GRAFISMO: Paul Hardman
FOTOGRAFIA: Carlos Gomes
COSTUREIRA: Lídia Ribeiro
COMUNICAÇÃO: Margarida Sousa
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Cátia Oliveira
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Mariana Pereira
DIREÇÃO DE CENA: João Bernardo Gomes, Mariana Pereira, e Sofia Coelho
APOIO LOGÍSTICO: Filipe Gomes
FRENTE DE CASA: Gabriela Martins, Inês Amaro, Laura Costa e Raquel Pereira
ÁUDIODESCRIÇÃO: Diogo Gonçalves, Roberto Terra – Dançando com a Diferença
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COORDENAÇÃO GERAL A MEU VER: Isabel Craveiro
GESTÃO DE PROJETO: João Santos
COORDENAÇÃO E ACOMPANHAMENTO SOCIAL: Ana Eduarda Ribeiro (ACAPO)
COORDENAÇÃO CIENTÍFICA: Fernando Fontes e Cláudia Pato de Carvalho (CES)
ACOMPANHAMENTO CIÊNTÍFICO: Susete Margarido (FEUC)
PARCERIAS DO PROJETO: ACAPO, CES – UC, Município de Coimbra; ESEC
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6
DURAÇÃO: 60 min.
PRODUÇÃO: Teatrão 2022
NOTAS BIOGRÁFICAS
ISABEL CRAVEIRO
Diretora Artística do Teatrão, onde trabalha desde 2011. Na sua formação, passou
pelo TEUC (1996), pelo Curso Livre de Interpretação da Escola Superior de
Educação de Coimbra, com Antonio Mercado (1999/2000), tendo-se licenciado em
Teatro e Educação, nessa mesma instituição de ensino, em 2006. Participou no
seminário “O Teatro em Contextos Especiais”, com Dragan Klaic, dois Cursos Livres
de Interpretação, do sistema de Stanislavski, ministrados por Valentin Teplyakov –
decano da academia teatral de Moscovo (GITIS, 2005 e 2006) –, e os Cursos Livres
de Cenografia I e II, com o cenógrafo José Dias 2003 e 2006. Como atriz, participou
em “Bodas de Sangue”, de Garcia Lorca, encenado por José Neves (1997); “O Círculo
de Giz Caucasiano”, de Brecht, “com encenação de Marco Antonio Rodrigues (2007);
“Anticorpos”, encenado por Patrick Murys, (2017), entre outros. Na encenação,
destaca-se a assistência de encenação de João Mota em “O efeito dos raios gama nas
margaridas do campo” (2007). Para o Teatrão, encenou, entre outros, “Refuga”, de
Abi Morgan; “D. Quixote de Coimbra”, de Jorge Louraço Figueira; “Punk Rock”, de
Simon Stephens; “Sophia”, a partir de Sophia de M. B. Andersen; “O Doente
Imaginário”, de Molière, “Manuel ou como se constrói uma casa”, a partir dos textos
de Manuel António Pina, “A Grande Emissão do Mundo Português”, de Jorge
Palinhos, “Romeu e Julieta” de Shakespeare. Coordenou e encenou diversos projetos
de Teatro e Comunidade entre os anos 2011 e 2020. No âmbito da atividade
pedagógica ministrou workshops para inúmeras câmaras municipais, bibliotecas,
serviços educativos e teatros, sindicatos e para o ministério da educação. Coordena
pedagogicamente os programas do Projeto Pedagógico do Teatrão.
JOÃO SANTOS
A formação em artes performativas foi desenvolvida no projeto pedagógico do
Teatrão, entre 2006 e 2010, e complementada por oficinas e masterclasses com
artistas nacionais e internacionais (encenadores, atores, coreógrafos), tais como
Antonio Mercado, Marco Antonio Rodrigues, Dagoberto Feliz, João Brites, Marcelo
Evelin, António Fonseca, Vera Mantero, Ricardo Neves-Neves, Marina Nabais, Joana
Von Mayer Trindade, Hugo Calhim Cristóvão e Rachel Chavkin. Em 2013, passa a
integrar a companhia como ator e pedagogo no seu projeto pedagógico, dando aulas
de teatro e expressão dramática a crianças, jovens adultos e seniores. Como ator, faz
parte do elenco fixo da companhia, destacando o trabalho desenvolvido com Marco
Antonio Rodrigues, Isabel Craveiro, Joana Mattei, Patrick Murys e Jorge Louraço
Figueira. No serviço educativo, foi também assistente de Isabel Craveiro em “Romeu
e Julieta” (2019), “O Doente Imaginário” (2017) e “Punk Rock” (2016). Dirigiu
“Atalhos” (2017), no âmbito do Projeto PANOS, da Culturgest. É mestre em Gestão e
Estudos da Cultura – Gestão Cultural, pelo ISCTE-IUL, sendo o seu estudo
direcionado para as áreas do teatro no espaço público, enquanto diálogo com a
silhueta urbana e comunidade(s) que participa(m) no seu quotidiano, e do trabalho
em rede desenvolvido por artistas, não apenas enquanto estratégia para a circulação
de programação, mas como tentativa de ordenamento de um território, mediante a
conciliação dos recursos culturais tangíveis e intangíveis por ele distribuídos.
MARIANA NUNES
Nasceu em Coimbra a 24 de julho de 1983. Licenciada em Teatro e Educação pela
Escola Superior de Educação de Coimbra desde 2006, desenvolveu até à data
diversos trabalhos como atriz, formadora de teatro, sendo também convidada por
projetos pontuais para a criação de figurinos, adereços e cenografia. Exerce desde
2008 funções como professora de teatro e animadora cultural na Associação de
Paralisia Cerebral de Coimbra, onde fundou o coletivo Sala T com o qual desenvolve
um trabalho que privilegia a intervenção com e na comunidade. Do trabalho com
este grupo, composto por frequentadores do CAO (Centro de Atividades
Ocupacionais) e URDP (Unidade de Reabilitação de Deficientes profundos),
destacam-se projetos como “Manual de instruções”, “MUDO”, “RIMROD”, “Isto não é
uma exposição”, “Valentinas” e “Caminho para Casa/ Caminho em casa”. Ainda nesta
instituição participou em projetos e formações transnacionais no âmbito do
programa Erasmus+, relacionados com o trabalho artístico com e para a deficiência,
tais como ”Share the right story” na República Checa, “Imagination as no barriers”
na Hungria, “Changer ton regard” projeto conjunto associações parceiras de
Bruxelas (Bélgica) e Nantes (França). Participou ainda no programa de mobilidade
profissional “Strategies for Smart Specialisation in (Re)Habilitation in Cerebral
Palsy”, que teve lugar em associações de várias cidades do norte de Itália. É ainda
formadora da disciplina de expressão corporal e dramática no Instituto Técnico
Artístico e Profissional de Coimbra.
TELMO FERREIRA
Tendo a formação de base em Teatro em Educação pela ESEC (Escola Superior de
Educação de Coimbra), decide-se especializar em Educação Especial com o
mestrado homónimo pela ESEC e em Teatro Físico pela Arthaus (Berlim, Alemanha).
A sua ação divide-se entre a coordenação de projetos educativos/comunitários, a
atividade enquanto professor-investigador e a participação como ator em
espetáculos de teatro. Na coordenação de projetos artísticos comunitários
destacam-se as parcerias internacionais entre os festivais Imaginarius (Santa Maria
da Feira, Portugal) e Anées Joué (Tours, França) resultante no espetáculo
MitoRealité assim como o projeto World’s a Stage que resulta de uma cooperação
artística promovida pelo programa ERASMUS + entre jovens refugiados e/ou em
situação de risco de Portugal, Inglaterra e Itália. Na coordenação de projetos
educativos destacam-se o projeto Aproximar, projeto dedicado à inclusão pelas
artes de crianças que necessitam de apoio especializado à educação, o projeto Donos
do Tempo inserido no programa Noite Europeia dos Museus e por fim, os projetos
Youssef e O Meu Pai é Feito de Livros, ambos projetos dedicados à educação artística
de público adolescente promovidos em parceria entre a Biblioteca de Santa Maria
da Feira e o festival Imaginarius. Enquanto professor-investigador, atualmente
leciona no Instituto Politécnico de Coimbra como professor convidado do
departamento de expressões. Da produção de conhecimento científico destacam-se
as comunicações realizadas no âmbito do Teatro e Educação Especial no XV
Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia (Corunha, Espanha)
e no XXVII Colóquio da AFIRSE (Lisboa). No campo da criação artística destaca-se a
participação como ator nos espetáculos Ala de Criados (pela companhia Teatrão
com estreia no FITEI – Festival Internacional de Teatro de expressão Ibérica),
I.L.H.A. (DRA/MAT), Sophia (criação Teatrão) e Houston We Have a Problem
(DRA/MAT).
CLÁUDIA PATO CARVALHO
Investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Desenvolve trabalho de acompanhamento académico no âmbito do projeto REDE
ARTERIA (número de operação CENTRO-07-2114-FEDER-000022, Portugal 2020).
O REDE ARTÉRIA é um projeto de investigação-ação, coordenado pelo Teatrão que
visa o desenvolvimento de uma rede de programação cultural na Região Centro
(Portugal) e a criação de projetos de intervenção artística em oito cidades desta
Região (Coimbra, Figueira da Foz, Viseu, Tábua, Fundão, Guarda, Belmonte e
Ourém). Completou o seu doutoramento em Sociologia, com especialização em
Sociologia da Cultura, Conhecimento e Comunicação, na Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra em colaboração com o Center for Reflective Community
Practice (DUSP, MIT). Entre 2010 e 2018, estabeleceu uma rede europeia no campo
da educação artística e das comunidades desfavorecidas, com vários projetos
aprovados no âmbito do Programa Juventude em Ação e ERASMUS +. É membro da
equipa de investigação CES do projeto CREATOUR: Desenvolver Destinos de
Turismo Criativo em Cidades de Pequena Dimensão e Áreas Rurais. O CREATOUR é
uma iniciativa de investigação multidisciplinar com o formato de demonstração
baseada em processos colaborativos envolvendo cinco centros universitários que
trabalham com organizações culturais/criativas e outras partes interessadas,
localizadas em pequenas cidades nas regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve.
Integra a equipa CES do projeto H2020 UNCHARTED: Understanding, Capturing and
Fostering the Societal Value of Culture (2020-2023), coordenado pela Universidade
de Barcelona.
FERNANDO FONTES
Sociólogo. Doutorado em Sociologia e Políticas Sociais pela Universidade de Leeds,
Reino Unido, com a tese: “Social Citizenship and Collective Action: The case of the
Portuguese Disabled People’s Movement” (2011) e Mestre em Sociologia pela
Universidade de Coimbra (2006). Investigador do Centro de Estudos Sociais,
Universidade de Coimbra onde desenvolve actualmente s projecto ‘Decide –
Deficiência e autodeterminação: o desafio da “vida independente” em Portugal’
(2016-2020) (financiado pela FCT – Ref. PTDC/IVC-SOC/6484/2014) e é
investigador dos projetos: “SUPERA – Supporting the Promotion of Equality in
Research and Academia” (2018-2022) e “FRANET – Rede de investigação
multidisciplinar da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA)”
(2019-2022). Ao longo da última década desenvolveu vários projetos de
investigação sobre a Deficiência e autodeterminação, Vida independente para
pessoas com deficiência, violência e crimes sobre pessoas com deficiência,
maternidade e cidadania sexual de mulheres com deficiência em Portugal,
reabilitação e inclusão social de pessoas com lesões vertebro-medulares, entre
outros. Publicações recentes incluem: “Mulheres, Sexualidade, Deficiência: os
interditos da cidadania íntima. Coimbra: Almedina (Livro organizado, 2019);
“Framing Disability in Portugal: Historical Processes and Hegemonic Narratives”
(capítulo livro, 2019); “O movimento de pessoas com deficiência em Portugal:
características, impactos e interseccionalidades” (capítulo livro, 2019); “Spinal Cord
Injury in Portugal: Institutional and Personal Challenges”, Journal of Disability
Policy Studies (2017)